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No início era o caos…
Depois, nasceu a Filosofia.
Estar a caminho é questionar.
Ser ou objeto? Conhecido ou conhecedor? Bem ou Mal?
Protágoras entendeu o Homem como a medida de todas as coisas, porém Descartes duvidou metodicamente até concluir “Penso, logo, existo”.
Para Spinoza, a ética trouxe um modo feliz de pensar a vida: ajudar é “não rir, nem chorar, mas compreender”.
Locke acreditava que todos os homens têm direitos naturais, por isso Rousseau dizia que o homem nasce livre e é bom por natureza – a sociedade é que o corrompe.
Com Kant, racionalizamos que “a crítica pode cortar pela raiz o materialismo, o fatalismo, o ateísmo, a incredulidade dos espíritos fortes, o fanatismo e a superstição, que se podem tornar nocivos a todos e, por último, também o idealismo e o cepticismo, que são sobretudo perigosos para as escolas.”
De Hegel, soubemos que “tudo é inteligível para o ser que, idêntico no seu fundo com o Espírito ou a Ideia infinita, se manifesta no universo concreto graças ao movimento dialéctico: tese, antítese, síntese.” Logo, “tudo o que é racional é real.”
Marx escreve que os “Filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diversas maneiras; mas o que importa é transformá-lo”.
Nietzsche questionará “Será o Homem um erro de Deus, ou Deus um erro dos Homens?”, ao mesmo tempo que afirma “Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos.”
Bertrand Russel dirá que “ o intelecto livre é o motor do progresso humano”, advertindo que “o homem é parte da Natureza, não algo contrário à Natureza.”
Einstein acredita que “Deus não joga aos dados com o universo”, ao mesmo tempo que Wittgenstein estudava a linguagem dizendo que “As fronteiras da minha linguagem são as fronteiras do meu universo.”
O absurdo da existência preocupa Albert Camus e Sartre afirmará que “ o existencialismo é um humanismo”, porque todos somos um ‘eterno vir-a-ser”.
Kuhn mostrará que a ciência não é só um contraste entre teorias e realidade, mas que há diálogo, debate, tensões e até lutas entre os diferentes paradigmas da evolução científica.
Paul Ricoeur voltará à essência do ‘eu’ e questionará o decidir, o agir e o consentir, afirmando a fenomenologia.
Jacques Derrida preocupar-se-á com a linguagem, depois de Ferdinand de Saussure, com a experiência do indecidível, construindo a teoria da desconstrução.
Hoje, a prática existencial do hedonismo ocupa Michel Onfray; Peter Singer reflete sobre uma ética prática, argumentando contra o especismo e chama a atenção para a injustiça de algumas pessoas viverem em abundância enquanto outras morrem de fome, o que é moralmente indefensável.
Mark Rowlands confronta o especismo com a sua própria perplexidade – a partir da sua relação com um ser não humano escreve: “a incapacidade elimina a culpa. E nós não somos, penso eu, tão facilmente ilibáveis. A omissão de cumprir o dever, quer moral, quer epistémico, uma omissão baseada na falta de vontade e não na incapacidade, subvenciona a maior parte da maldade que existe no mundo. Há, no entanto, um outro ingrediente na maldade, sem o qual nem mesmo a omissão tem qualquer importância: a impotência da vítima.”
Concluindo, o eterno retorno valida infinitamente Epicuro: “Só há um caminho para a felicidade – não nos preocuparmos com coisas que ultrapassam o poder da nossa vontade.”
Afinal, Hipócrates continua atual, porque o quadrado da hipotenusa ainda não deixou de ser igual à soma do quadrado dos catetos!
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Estar a caminho: olhar, ver, questionar, interrogar.
Pensar o ‘eu’ e o ‘outro’, partilhar dúvidas, ideias, sonhos.
Querer ir mais além, imaginar, voar, soltar a alma e o sonho.
Viver o desassossego como forma de ser mais, ser melhor.
Filosofar – na Biblioteca da Sá da Bandeira, o pretexto para mostrar os livros,
riqueza do conhecimento!
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Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância.
Sócrates
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